NADA DE ARREPENDIMENTO, NEM DE BOAS OBRAS
Não se pense, porém, que entre estes sentimentos que levam o homem aos pés de Cristo, esteja incluído o arrependimento dos pecados. Não! Arrependimento supõe liberdade e o homem não é livre [segundo Lutero].
Lutero qualifica de "delírio" a atitude dos padres que exigem do penitente a contrição e o arrependimento e diz que "a esses padres se deveria tirar o poder das chaves e dar-lhes um bastão para conduzir as vacas" (Apud Denifle-Paquier III-352). Porque o arrependimento só torna o homem "mais hipócrita e mais pecador". Ouçamos as suas palavras: "A contrição que se prepara pelo exame, recapitulação e detestação dos pecados, pelos quais alguém relembra os seus anos na amargura de sua alma, ponderando a gravidade, multidão e fealdade dos pecados, a perda da eterna felicidade e a aquisição da condenação eterna, esta contrição o faz hipócrita e até mais pecador" (Weimar VII-113).
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Com a nossa natureza corrompida não há boas obras, tudo o que vem de nós é pecado e "as boas obras são más, são pecado como o resto" (Apud Denifle-Paquier III-47).
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Quando Jorge Maior, professor da Universidade de Vitemberga procurou reagir contra esta doutrina e ensinou que as boas obras seriam necessárias à salvação, um grande amigo de Lutero, Nicolau de Amsdorf publicou em contestação um livro, no ano de 1559 e neste livro defendia a seguinte tese: Que a proposição "as boas obras são nocivas à salvação" é justa, verdadeira, cristã, pregada por São Paulo e S. Lutero. "Não há escândalo maior, diz Lutero, mais perigoso, mais venenoso do que a boa vida exterior, manifestada pelas boas obras e uma conduta piedosa. Isto é a porta de cocheira e o grande caminho que leva à condenação" (Apud Doellinger III-124).
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